Já ouviu falar no Dia Internacional do Cão-guia? Ele é comemorado todos os anos no dia 29 de abril, no mesmo mês da campanha para prevenir os maus-tratos contra os animais: o Abril Laranja. Assim, não é tão estranho que tenhamos uma data especial para ressaltar o trabalho exemplar desses cãezinhos.
Por que o papel do cão-guia é tão importante?
O cão-guia, para quem tem deficiência visual, é mais que um companheiro para todos os momentos — são os seus olhos. Afinal, eles alertam os tutores sobre quando atravessar a rua, se há alguém no quarto, entre outras tarefas cotidianas, mas que se tornam grandes desafios para quem não dispõe de visão. Proporcionando-lhes uma sensação de segurança, liberdade e confiança para navegar pelo mundo ao seu redor. Além disso, os cães-guia oferecem apoio emocional e companheirismo incomparáveis, tornando-se verdadeiros parceiros de vida.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que existem mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual no Brasil, sendo 500 mil cegas e cerca de 6 milhões com baixa visão.
Porém, hoje não há um número suficiente de cães-guias para atender às necessidades das 6 milhões de pessoas. Na verdade, no país existem apenas 200 cachorros aptos para essa função.
Você sabe como acontece o processo de adoção?
A adoção de um cão-guia envolve um processo cuidadoso e detalhado, desde a seleção do filhote até o treinamento especializado. Organizações dedicadas, como escolas de cães-guia, geralmente realizam a criação e o treinamento desses animais. Os cães passam por uma rigorosa avaliação de saúde, temperamento e habilidades antes de serem designados a um treinador ou um futuro dono. Os treinadores trabalham incansavelmente para ensinar aos cães habilidades essenciais, como obediência, navegação segura e o reconhecimento de comandos específicos.
Após a conclusão do treinamento, os cães-guia são cuidadosamente combinados com uma pessoa visualmente deficiente, com base em suas necessidades individuais e estilo de vida. O processo de adoção não termina com a entrega do cão-guia; as organizações continuam a oferecer suporte e acompanhamento para garantir o sucesso contínuo da equipe cão-guia e seu novo dono.
Curiosidades sobre o cão-guia
1- Posso brincar com eles?
Apesar de serem super fofos e dóceis, não devemos brincar com o cão-guia e muito menos oferecer qualquer petisco. Lembre-se de que ele está a trabalho e não deve se distrair. Na dúvida, pergunte à pessoa com deficiência visual se aquele é um momento adequado para interagir.
2 – Ninguém pode proibir a entrada do cão-guia!
A Lei n° 11.126 (2005) é clara: a pessoa com deficiência visual usuária de cão-guia tem o direito de ingressar e permanecer com o animal em todos os locais públicos ou privados de uso coletivo. Isso inclui restaurantes, táxis, ônibus, supermercados… Portanto, se você presenciar alguém tentando proibir a entrada do bichinho em algum lugar, reclame! Nossos amigos caninos podem entrar SIM!
3 – O cão-guia se aposenta?
Sim! O tempo de trabalho do cão-guia é de cerca de 8 anos. Depois disso ele se aposenta e pode ficar com seu tutor ou ser adotado por uma família com a qual ele já tenha afinidade.
4- Qualquer raça pode ser treinada para cão-guia?
O labrador e o golden retriever são as raças mais utilizadas, mas também é possível treinar pastores alemães ou borders. Normalmente são escolhidos cachorros de temperamento dócil e de médio ou grande porte, pois eles precisam ter força para guiar seus humanos.
O Dia Internacional do Cão-Guia é uma oportunidade para reconhecer a incrível contribuição desses animais na vida daqueles com deficiência visual. Seu papel vital vai além de apenas guiar; eles proporcionam independência, confiança e amizade inestimáveis. Ao entender o processo de adoção e apreciar algumas curiosidades sobre os cães-guia, podemos celebrar verdadeiramente esses incríveis parceiros caninos e seu impacto positivo no mundo.